PIB brasileiro volta a surpreender positivamente no 3º trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil variou +0,1% no terceiro trimestre de 2023 (frente ao segundo trimestre), acima do esperado pelo mercado, -0,2%. O número contou com o forte desempenho do consumo das famílias, reflexo da resiliência do mercado de trabalho, e, consequentemente, da prestação de serviços.

A produção agropecuária e o êxito da indústria extrativa (que compreende a mineração e a produção de petróleo), também contribuíram para o bom desempenho, mas, em menor medida, o que já era esperado, em função de uma questão sazonal de produção. Os números também se refletiram no bom desempenho das exportações.

Na ponta negativa, a indústria de transformação e a construção civil, voltaram a apresentar quedas, frente ao terceiro trimestre do ano passado. Os números são apresentados na tabela a seguir.

Frente ao mesmo trimestre de 2022, o PIB cresceu +2,0%. No ano, entre janeiro e setembro, a variação acumulada do PIB foi de +3,2%, frente ao mesmo período de 2022.

Em valores correntes, o PIB no terceiro trimestre de 2023 totalizou R$ 2,741 trilhões, sendo R$ 2,387 trilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 353,8 bilhões aos Impostos sobre Produtos.

DESEMPENHO SETORIAL

A Agropecuária cresceu +8,8% em relação a igual período de 2022, principalmente com o desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no terceiro trimestre, tais como: milho (+19,5%), cana-de-açúcar (+13,1%), algodão herbáceo (+12,5%) e café (+6,9%). Também houve contribuição positiva das estimativas para a Pecuária no período analisado.

A Indústria registrou alta de +1,0%. Dentre suas atividades, o melhor resultado veio de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (+7,3%), favorecida pelo maior consumo de eletricidade, principalmente residencial, e pelas bandeiras verdes do ano. As Indústrias extrativas também cresceram (+7,2%), por conta da alta da extração de petróleo e gás. Já a Construção recuou (-4,5%) no período.

Essa queda é explicada pelas retrações da ocupação e da produção dos insumos típicos dessa atividade. Também houve queda das Indústrias de transformação (-1,5%), cujo resultado foi influenciado, principalmente, pela retração da máquinas e equipamentos, produtos químicos, indústria automotiva e metalurgia.

Pela ótica da demanda, a Despesa de Consumo das Famílias registrou crescimento de +3,3%, influenciado pelos auxílios governamentais às famílias e pela melhora no mercado de trabalho. A Despesa de Consumo do Governo cresceu +0,8% no período. A Formação Bruta de Capital Fixo recuou -6,8% no terceiro trimestre de 2023, justificada pela queda na produção interna de bens de capital, construção e na importação de bens de capital.

REVISÕES DOS NÚMEROS ANTERIORES DO PIB

O IBGE tem a rotina de, na divulgação do terceiro trimestre de cada ano, realizar uma revisão das Contas Nacionais, aproveitando este momento para introduzir atualizações nas séries de dados. Com essas mudanças, o PIB de 2022 subiu de +2,9% para +3,0% e o PIB do primeiro semestre de 2023, subiu de +3,6% para +3,8%.

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